quarta-feira, 3 de julho de 2013

O electricista português

Existem dois tipos de eletricistas: o que se sente pobre por ser apenas um eletricista. Afinal não é nada. que pode ele dar ao mundo?; e existe o que é a essência de Portugal: aquele que vai. Casa a casa. Lar a lar. Hospital a hospital. De candeeiro de rua a lâmpada de casa de banho. Vai e espalha a luz. Que ilumina de novo. Repara a escuridão e dá a possibilidade de ver. Promete o ambiente para escrever. Ler. Namorar. Comer. Curar. O eletricista português é aquele que sem saber. Português que é de Portugal nunca pensa que faz suficiente. Ilumina o mundo inteiro. Só porque partilha com os outros o que sabe fazer: renovar a lâmpada.
Ao longo do tempo ninguém pode ser sozinho. Essa é uma aprendizagem importante. É por isso que existem os outros. É por essa razão que os artistas nascem – para mostrar ao mundo que a sua solidão é a base para que ninguém se sinta só. –  Com esta característica do ser humano. Todos nós precisamos de um eletricista. De alguém que percebe a nossa situação. Porque já viu acontecer. Porque já passou por ela. Então ajuda-nos a trocar a lâmpada. Ajuda-nos a brilhar por dentro de novo.

Diferente do eletricista. O rico que fica em casa a ver televisão enquanto trabalham para ele. Esse é na realidade mais pobre. É pobre de pessoas. Pobre de atos. Acredito que para lá chegar foi um dia eletricista. Mas para ficar a ver televisão esqueceu-se de o ser. Não falo de ideais cegos e frios. Quanto mais riscos corremos maiores somos quando os ultrapassamos. Não tenhas medo Portugal. Não tenhas medo de ser eletricista. É isso que foste destinado a ser. É isso que sempre foste e irás ser. Por isso… não te negues. Mas assume-te. E quando te assumes: és grande!

A literalmente vossa

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