A arte deve oferecer duas
vertentes: ser arte por si; e ter conceito e/ou história de criação. Nem sem um
é arte nem sem o outro. A arte só por si é mera superficialidade e o conceito
abandonado não chega a ser algo. Para que possa interpolar e contar uma
história tem de ter os dois aspetos. Nada que apenas interpele ajuda a evoluir
ou leva a pensar na vida de uma maneira construtiva, nem nada que seja
meramente educativo (porque todas as histórias da vida são uma lição que
devemos aprender) interpela o suficiente para que as pessoas parem para olhar,
sentir, ouvir, saborear ou cheirar.
E arte que não faça a
comunidade evoluir é inútil! É lixo! Pois nenhum artista deve ser egoísta. Todo
o artista deve e tem de ser altruísta, oferendo ao mundo aquilo que o mundo lhe
ofereceu a ele: arte!
Esta é a era da caridade! Este
é o pós-contemporâneo! Por si, cada vertente artística apercebe-se desta
realidade. Já a arquitetura o faz assumidamente, principalmente em tantas
cidades de África e um pouco por todos os outros continentes. Esta é uma
necessidade que não nasceu de filósofos longíquos ou de políticos, mas da percepção que o
capitalismo, tal como nós o conhecemos, tem os seus dias contados e o planeta
não nos consegue sustentar eternamente com este ritmo de vida (não sejam
geocêntricos, não temos de o salvar, mas a nós mesmos e à nossa qualidade de
vida). Esta necessidade foi assumida, quer queiram quer não, pelo Papa. Nunca a
igreja foi tão vista como caridosa e voltada para as pessoas.
Mas esse é um assunto tabu.
Porque há tabus. Existem ao contrário dos que existiam anteriormente – ser
católico (mesmo pacato) é vergonhoso e ser gay assumido é um orgulho – pois eu
digo: acabem com o tabu! Não o escondam com outros assuntos.
Não me refiro a uma arte
utópica em que todos queremos oferecer por oferecer sem noção do futuro. Toda e
qualquer pessoa quer ser reconhecida por si e pelo seu trabalho e é isso que
proponho: que reconheçam os artistas pela sua genialidade de criar caridade em
forma de arte.
E quais os preceitos formais
para tal movimento? É preciso o total desprendimento das regras gramaticais e métricas
– e saliento que o total desprendimento de qualquer regra pressupõe o absoluto
conhecimento da mesma.
A literalmente vossa
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