quarta-feira, 26 de junho de 2013

Lisboa


Um som. Não um nome. O som da brisa. Da chuva. Da neve. Da floresta. Da nossa realidade. Até de Lisboa. Na rua Augusta. A caminho do rossio. Inúmeros sons se apoderaram de mim. Amália: a voz de Portugal. O ilusionista de rua com a sua música de fundo: o entretém do país. A conversa fiada: a voz do povo. Os pombos: as testemunhas de uma grande nação. As obras: o crescimento de Portugal. Os empregados de mesa: os costumes (gastronomia). Um som. Um amor. É nisto que acredito. Existe?  

A literalmente vossa

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Portugal ouve-te a ti!

Nos segundos em que era enrolada pela onda enraivecida (ou apaixonada. Que apenas se queria unir ao meu corpo.). Nesses segundos em que o tempo parou. Sem qualquer razão voltou quando a primeira molécula de oxigénio entrou nos meus pulmões. Saí da água. Ainda fumegante e assustada. Reentrei no minuto a seguir. Não se pode ganhar medos. O primeiro susto tem de ser um convite irrecusável para a possibilidade do segundo. Nunca aconteceu. E ainda me espanta. Quando as ondas gigantes se preparam para invadir a terra e domar a areia. Eis que aparece o navegador. Penetra o mais profundo coração e sobe à superfície atrás da besta já pronta a dissolver-se de novo no Oceano. Victória ganha. Mais ondas. Mais navegadores. Penso que é pela inspiração do 12º ano. Fernando Pessoa lê-nos silenciosamente – ou muitas vezes com a voz áspera do professor de português – a grandeza que os portugueses conquistaram no mar. No mar que é nosso. E como o seu mito perdura no coração do Oceano. Espera ansiosamente pelo amo que acorde. Sim. É de certeza da inspiração. Quer dizer… que mais poderia insinuar a loucura necessária ao homem que quer ser maior que “metade de nada”? De correr o risco de morrer na conquista das ondas – soldados prontos a proteger as profundezas? Eu diria que os portugueses são loucos. Loucos pelo mar. Loucos pela grandeza que lhes é associada. Só precisam de a proclamar.

Povo que tem paixão. Povo que tem sacrifício diário. Povo que não se deixa comprar pelo desespero. Falo de uma povoação qualquer. Uma povoação que é a maior nação adormecida. Acorda agora. Acorda para comer. Mas acorda. E isso quer dizer que se vai mexer. Que vai transformar o mundo espectador da sua obra. Dizem por aí um nome. Falam de um país à beira mar. De montes e vales que assistiram aos maiores reis. Que viram formar-se um sistema de educação de onde saem pessoas. Pessoas que impressionam o mundo. Marcam a diferença. Deixam a necessidade de se conhecer o grande país de onde vêm. Mas claro. Podem ser só boatos. Boatos de jovens que percorrem o mundo proclamando que são Portugueses. Cantando ao vento. “Traz o teu pior infortúnio. Não fará diferença. Não desmoronará a nação que tem mais vida que o próprio tempo.” Dizem que antes do mundo ser criado, os Deuses tinham um plano: deixar o elemento mais merecedor conquistar o mundo por sua própria vontade e força. Pensaram que seriam os Egípcios. Tal maneira era a sua adoração. À hora do almoço (séculos mais tarde) Portugal tinha derrotado o Adamastor. Tinha partilhado o mundo em duas metades. Portugal era um povo perigoso. À hora do chá convidaram-no. Deram-lhe a beber a planta do sono. Efeito que paralisava todo o seu corpo. Todo menos uma parte. Desde Camões até Pessoa, o sonho sobreviveu ao feitiço. Agora. Força de vontade e o sonho de um dia ver renascer a nação que preocupou os Deuses. Agora. Portugal acorda! Não tens mais efeito sobre ti. O chão deixa de ser o teu horizonte. Fá-lo o mar. O céu. E a terra. Olha-te ao espelho e vê as tuas capacidades. Vê o povo unido. Forte. Chamando por um líder (não um político. Um líder.). Sentindo o coração palpitar. Acorda. Ouve a tua gente que já aguentou tanto. Que quer sentir-se tua. Ouve-te a ti.



A literalmente vossa