quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Os Deuses sentem


Quem me dera que a escrita fosse como a música. Apenas transmitia algo. Sem interpretações. Sem palavras com sentido e significado. Porque o escritor passa pelas letras sem pensar no seu conjunto. Apenas dança com aquilo que vem a ser um texto completo. E quem o lê é um ignorante! Não chega nem a metade do que o texto significa. Simboliza. Transmite. A maneira como tocamos nas letras. Umas suavemente... outras com toda a raiva do mundo que é apenas mentira. É tudo mentira. Tudo o que o poeta diz. Todas as palavras são mentira. Criadas por um sentimento que não existe. Nunca existiu. Mas era tão bom que existisse. Aquele sentimento de pertença. De repulsa. De incompreensão que apenas serve para fingir que se é alguém de importante. Com sentimentos superiores a todos os outros. Que na verdade não são nada: vazio. Desespero que nem sequer existe. A escrita é a imaginação do mentiroso. Que sonha ser mais que o Homem. Sentir é para os Deuses. Eles devem possuir o sentimento verdadeiro. Aquele que é explicado pela magia da música, da imagem. De tudo menos da escrita.

A literalmente vossa